AVISO: Este post é meio longo...rs
Este foi o Trabalho de Conclusão de Curso realizado
pelo grupo que eu fazia parte na Etec das Artes. link
Tínhamos que entregar um projeto através de 2 mídias:
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Vonunvô |
O grupo foi composto por:
Cezar Augusto (facebook)
Mayara Rosa (facebook)
Tiago Nascimento (facebook)
(eu) João Batista (facebook)
O projeto foi concebido através de um processo de criação coletivo
que tinha a dança como objeto e ferramenta para estudo.
Ou seja, nada mais lógico do que usar a DANÇA para estudar DANÇA!
Tivemos como orientadoras as professoras
Para explicar melhor a proposta vou nomear algumas etapas ok?
ETAPA 01 - Formação dos Grupos
Foi solicitado que cada um dos alunos da
turma apresentasse 1 minuto de "sua dança".
A partir dessas apresentações, pudemos discutir sobre
o que despertava interesse ou incômodo na dança do colega.
A partir desses interesses, nasceriam os primeiros grupos.
Os grupos de formaram por afinidades afetivas e de pesquisa.
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Mapa de interesses: Transcrição gráfica dos relatos dos alunos sobre a dança dos colegas |
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Mapa de interesses: Estão destacados os integrantes do nosso grupo. |
Achei esta estratégia muito interessante,
pois pela primeira vez pudemos apreciar a dança
dos colegas em seus próprios processos de pesquisa.
Os grupos pouco mudaram até o término do projeto.
Depois a professora Camila pediu que fizéssemos experimentações
a partir de nossas convergências de interesse.
ETAPA 02 - Primeiros Experimentos
Como tínhamos que entregar o relatório,
ela sugeriu que começássemos a exercitar,
individualmente, uma escrita a sobre o que estávamos fazendo.
Não tenho os relatos de todos os integrantes do grupo.
Segue o meu. Mas saliento que ele foi executado a partir das experiências coletivas.
João Batista de Macedo Júnior | 2AD | PTCC | Professora
Camila
apesar do peso de um
homem pesado, a grandeza de ser um homem grande
Para ser
grande, sê inteiro: nada
Teu exagera
ou exclui
Sê todo em
cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que
fazes
Assim em cada
lago a lua toda
Brilha,
porque alta vive
Para
ser grande (Ricardo Reis – Fernando Pessoa)
Tenho
admirado a beleza de apreciar as coisas como elas são e inicio citando Fernando
Pessoa. Acho engraçado como cabem tantas pessoas dentro de Fernando Pessoa. Ele
é grande através das palavras.
Dadas
as proporções, o estudo do corpo como mídia de mim mesmo possibilitou a
experimentação de novos comportamentos. Novos heterônimos. Não por meio de
emulações, ou seja, fingimento de existir, mas pelo sabor da escuta genuína de
si mesmo. Tratam-se de relações, hora amargas, azedas, ásperas, frágeis, líquidas,
grandes, pesadas... Estas palavras (forma) e seus significados (sentido) não
demonstram juízos de valores. Elas são o que são, e se bastam.
Tenho,
nos meus últimos estudos, acreditado que está aí a possibilidade de melhor
comunicação com o outro e comigo mesmo como o outro. Um lugar de outro tipo de desgaste
intelectual e emocional. Não por ser menos profundo e sim por se tratar de um
lugar onde os conflitos são de fato mediados. Não sessam... mas podem existir,
simplesmente.
E, a
partir daí, posso falar sobre os experimentos realizados no tocante do elemento
peso. Creio que achei um ponto de escuta. Sinto que escutar o meu peso é uma comunicação
genuína. Fora de mim, a balança chama de 92 (kilos..., mania de explicar o
mundo através dos números). O que isso quer dizer?
Com
a ajuda de algumas leituras (Mosé), personifiquei o peso. Percebi que o peso
andou passando a mão em mim, me apontando e enfiando dedos, me enrabando sabe!?
O peso andou me pegando por trás, me machucando. Foi assim que me percebi: todo
ralado, com hematomas, com articulações doloridas e com minha autoestima muito
fragilizada.
Fazer
o que? Em mim, o peso é assim. Absoluto, grande e a princípio, inevitável.
Mas,
com as alavancas fornecidas pelos estudos até então realizados, juntei forças
para encarar o peso de frente, e disse:
– Peso,
se você tem que me foder, que seja de frente, me olhando nos olhos.
Desde
então, temos nos pegado de jeito e dizem que tenho estado mais... leve.
Se é que me entende!?rs
Se é que me entende!?rs
ETAPA 03 - Primeira apresentação
Em nossa primeira apresentação dos nossos estudos, apresentamos o seguinte texto.
Tiago Nascimento
César Augusto
Mayara Rosa
João Batista
2ADPlanejamento de Trabalho de Conclusão de Curso | Dança | Prof. Camila
César Augusto
Mayara Rosa
João Batista
2ADPlanejamento de Trabalho de Conclusão de Curso | Dança | Prof. Camila
PELE(AR). Em busca de uma
poética
A proposta de uma dança com características de exploração tem proposto
para o grupo de TCC uma reflexão sobre suas zonas de conforto (estéticas,
físicas). Ao mesmo tempo, os mesmos, não imaginam-se em outra forma mais
aderente de construir o trabalho. Nossa aproximação aconteceu pelas
características individuais de dança e pela capacidade e necessidade em
interagir com influências no outro.
Por isso, os elementos (peso-“boi”, espaço indireto, súbito, variações
da velocidade rápida, imprevisibilidade), são preponderantes na pesquisa do que
o grupo entende como fluência e presença.
Como início de pesquisa, propôs-se práticas que favoreciam ajustes,
reorganizações de tônus entre os membros do grupo e por isso, começar a dança
com uma caminhada foi uma forma de estabelecer sintonia e concentração, uma
forma de, aos poucos, convidar-se para a cena.
É interessante ressaltar como um modificava a trajetória do outro de
várias formas e que, apesar do improviso, percebeu-se a necessidade de
identificar elementos de comunicação para melhor promover os encontros,
organizando os movimentos de maneira mais precisa, clara, e dialógica com a
proposta de presença.
O comportamento do grupo sofria influência do clima da cena, tornando-se
“fisicamente” mais volúveis ao sabor dos acontecimentos. Ainda discute-se sobre
a pertinência disso para o projeto.
O grupo ficou surpreso com a reação dos expectadores, no tocante de que
a aparência soou muito mais tensa do que a sensação do grupo ao viver a
experiência. Percebeu-se que, na prática, não se tinha, de fato, uma apreciação
estética do exercício, apesar de todas as conversas a respeito. E a partir daí,
iniciou-se uma reflexão sobre as possíveis poéticas relacionadas e que
atendessem demandas dos membros do grupo.
Enfatiza-se então a poética do encontro das superfícies e das respirações,
que são valores comuns. Estas são as ferramentas e os símbolos para a
co-construção de acordos onde distingue-se: observações e juizo de valor,
sentimentos e opiniões, necessidades e estratégias, pedidos e exigências. Estes
são os pre-supostos de uma comunicação não-violenta ou seja, um lugar onde o conflito
pode ocorrer.
Enxerga-se uma continuidade
entre as esferas pessoal, inter-pessoal e social, pois proporciona formas
práticas de intervir nelas, evitando o uso do medo, da vergonha, da acusação,
da ideia de falha, da coerção ou das ameaças. É conseguir que as necessidades,
desejos, anseios e esperanças não sejam satisfeitos às custas de outra pessoa. Tendo
como princípio a capacidade de existir-se/expressar-se sem usar julgamentos de
"bom" ou "mau", do que está “certo” ou “errado”.
ETAPA 04 - Testes
Só para entender tudo o que pode dar errado num projeto como esse...
dá uma olhada nesse figurino!rs
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Estes foram alguns testes de figurino. Mas acabamos dançando de preto mesmo. |
ETAPA 05 - Apresentação Final
Aqui, seguem algumas imagens do dia D.
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Elementos cênicos: Haviam 4 luminárias de papel laminado. Uma em cada vértice do quadrado. Em cada uma delas, ficavam posicionados, um pincel e um pote de tinta branca. |
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Elementos cênicos: A estrutura de iluminação era toda aparente. Utilizamos a fita zebrada para delimitar o espaço. |
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Cada intérprete se preparava em cada canto do espaço cênico. |
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Escrevíamos com tinta branca em cada camiseta: RAZÃO RAÇÃO |
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DIAMANTE DINAMITE |
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FRENTE STRASS |
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QUEBRA QUEIXO |
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Apresentação no CCJ | Centro Cultural da Juventude | Vila Nova Cachoeirinha |
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